A foto que ilustra este post, é fruto da "falta de espírito esportivo" da PM no episódio do vestidinho Cor-de-Rosa.
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Segue na íntegra e-mail recebido pelo blog de um torcedor que prefere não se identificar:
Olá Anderson, Fábio, Tássio e Eduardo,
sou leitor do blog e gostaria de pedir o auxílio de vocês na divulgação de uma carta de repúdio ao comportamento da polícia no clássico de ontem.
Infelizmente, acho melhor não me identificar, o motivo eu explico no texto.
Obrigado pelo espaço.
Carta de repúdio ao comportamento da Polícia Militar de Santa Catarina,
sou torcedor do Avaí F.C., morador de Florianópolis e venho através desta manifestar o meu repúdio a ação da Polícia Militar ao que se refere a atuação nas finais do campeonato Catarinense de 2012. O ato desastroso dessa corporação é composto por 2 tristes atos. O primeiro aconteceu na 4a feira (9 de maio), na venda dos ingressos para a torcida visitante para o segundo jogo das finais do campeonato estadual. Cheguei na fila às 6h da manhã, 3 antes da abertura das bilheterias e o que assisti foi vergonhoso. Torcedores de coração foram debochados pela ação dos cambistas, que circulavam com bolsos cheios de dinheiro e ingressos livremente. Seguranças, que deveriam organizar a movimentada fila, facilitavam a ação criminosa desses cambistas enquanto a polícia simplesmente assistia. Um crime em flagrante, ignorado pelos polícias militares presentes. Resultado? Avaianos de verdade ficaram sem ingresso, enquanto cambistas faziam a festa com sua atividade ilegal.
Assim começamos o segundo ato, a torcida Avaiana, que acabara de ter seus ingressos roubados sob o olhar da polícia militar, decide por comprar ingressos no setor do time adversário, vizinho a torcida visitante, o setor D. Procedimento que não é nenhuma novidade, podemos exemplificar com os jogos em Florianópolis do Figueirense no ano de 2011, aonde tivemos torcedores de Corinthians e Flamengo como maioria no setor D. Nesses jogos, a polícia, acertadamente, fez um cordão de isolamento, separando as torcidas. Ainda temos como exemplo o primeiro jogo da final do Catarinense 2012 no Estádio da Ressacada, torcedores do Figueirense foram identificados na torcida do Avaí (setor H) e prontamente relocados no setor visitante, em mais uma atitude sensata. Mas neste clássico final, do dia 13 de maio, a postura do Polícia Militar foi bastante diferente. A torcida do Avaí, que teve seus ingressos roubados pelos cambistas, ao tentar entrar no setor D, é abordada na frente do portão de acesso por um policial, da cavalaria, que nos impede de entrar. A justificativa dada pelo policial é de que somente torcedores com camisa do Figueirense entrariam naquele setor. Ora, quando foi assinada esta lei? Agora a polícia quer uniformizar a população? É importante enfatizar que NENHUM torcedor Avaiano estava com camisa do clube que torce, o que seria falta de bom senso. Tendo a entrada barrada, a torcida Avaiana se dirige ao portão de acesso destinado aos visitantes e explica a situação aos policias que ali estavam. A resposta dos policias é de que o acesso só seria liberado caso o Figueirense autorizasse. Mas veja bem, que é o especialista em segurança? A polícia ou um clube de futebol? A polícia estava ali para agir como seguranças privados do Figueirense ou para proteger a população que paga seus salários? Após a polícia deixar claro a sua falta de consideração com essas 300 pessoas que estavam fora do estádio e que haviam pago ingresso, a torcida Avaiana volta ao portão de acesso ao setor D, essa hora já vazio e finalmente consegue entrar o estádio. Assim que passei a catraca sou recepcionado por um policial que me diz “Entra, entra que vocês vão morrer lá dentro.” Ora, não é de responsabilidade da polícia militar promover a segurança no estádio? Não seria o dever da polícia escoltar essas cidadãos a um lugar seguro aonde pudessem desfrutar seu direito, afinal de contas pagaram ingresso? Parece que não, pois no intervalo do jogo, o pelotão de choque se dirige a torcida Avaiana, que estava estarrecida sem saber o que fazer no portão de entrada e nos ataca com cassetetes, chutes, socos e tiros de bomba de gás. O que fizeram essas pessoas para receber esse tratamento? Que leis infringimos!?
Como se não bastasse sermos agredidos pelo pelotão de choque, sem motivo, numa rua ao lado do estádio fomos de novo abordados pelos policias, que nos colocaram contra a parede (qual o motivo mesmo?) e o que parecia estar no comando diz:
“Seus cuzão, encosta todo mundo na parede que agora vocês vão levar porrada, bando de filho da puta.”
Não cometi nenhum crime, sou atacado fisicamente e agora verbalmente. E a agressão continua, policiais chutando torcedores enquanto atiram seus pertence no chão. Que fique registrado que NADA de ilícito foi encontrado, o que era de se esperar de pessoas que só queriam ver o jogo ao qual pagaram ingresso. Após essa abordagem autoritária e humilhante o mesmo policial que nos agrediu verbalmente anteriormente diz:
“Bando de filho da puta, agora vocês vão dobrar a esquina pra esquerda e vão sumir, se eu pegar algum de vocês aqui ao redor do estádio vai estar fudido.”
Não cometi nenhum crime, fui agredido verbalmente e fisicamente, fui expulso do estádio com ingresso na mão e agora fui expulso de uma rua! Tudo isso sem ter quebrado NENHUMA lei. O meu primeiro pensamento foi o de denunciar esses polícias, mas para minha surpresa NENHUM deles estava com seu nome identificado no uniforme. Eu fico aqui pensando, o que leva um policial a retirar sua identificação? Não me parece falta de preparo, me parece falta de caráter.
Eu gostaria muito de me identificar e formalizar queixas ao comportamento policial, mas infelizmente, não acredito que isso teria conseqüências serias e tenho medo de retaliação policial.
De um Avaiano,
Florianópolis, 14 de maio de 2012.
3 comentários:
Depois estes mesmos pedem apoio da populalção para ganhar aumento. Esquecem-se de que estas atitudes só fazem com que as pessoas fiquem contra eles. Felizmente nem todos os militares são anacéfalos.
Realmente uma vergonha, principalmente pq são muitos erros por parte da polícia.
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