"Considero que é um preço aceitável R$95,00 para assistir *TODOS* os jogos de um time, de cadeira numerada coberta. Não apenas considero o preço aceitável, de fato sou sócio do setor D sem reclamação quanto ao preço. Tenho contato com amigos que vem de fora do estado, e seus times nos estados de origem não possuem tal conceito (e portanto estão acostumados a só pagar ingresso avulso). Estes sempre acham extremamente barato o preço cobrado e ficam admirados. Para quem pensa em ir em muitos jogos (pelo menos 2 por mês) considero o preço adequado.
Entretanto, após muito debater e analisar o tema, considero que a campanha tem alguns pontos que precisam ser revistos:
O principal é o fato do preço do setor mais barato ser R$60,00 (ingresso e mensalidade). Isso inviabiliza a presença do torcedor menos favorecido, e também aquele que paga mais de uma carteirinha na sua casa. Um setor econômico, bem como planos familiares para sócios poderiam ser soluções para estes problemas.
Outra solução que considero que deve ser considerada é a criação de novas categorias de sócio que não vinculam o torcedor a uma cadeira garantida. Antes, dão prioridade e descontos significativos na compra de ingressos. Esta categoria, além de permitir ter mais sócios do que cadeiras disponíveis, se tornaria interessante para quem não pode ir em todos jogos, mas pode e quer ir em vários jogos. Seria necessário um estudo de um valor de preço e desconto que fosse benéfico para o clube e torcedor.
O fato é que nem todos podem pagar os preços praticados de sócio e ingresso, e apesar de entender que o Avaí não tem caráter de instituição beneficente, acredito que pode sim buscar alternativas para favorecer o torcedor mais necessitado. É uma questão complexa, entretanto, gerenciar isso sem perder muita receita e muita gente tem analisado a coisa apenas pela ótica mais simples e próxima: a do seu próprio bolso, não a do "bolso" do Avaí e suas necessidades orçamentárias.
Quanto a isso tenho outra consideração a fazer: Tenho visto MUITA gente reclamando de barriga cheia. Gente que tem sim condição de pagar R$60 ou R$95, mas não o faz por birra ou por entender que catarinense não vale isso. Ora, o Avaí já tem que montar time pras competições do ano AGORA, não pode esperar - os custos se acumulam neste momento. E além do mais, estão lá pra assistir o Avaí ou o rival? Mas não os culpo totalmente, isso é conseqüência justamente da associação que existe entre "ser sócio" = "economizar no ingresso", que é vista claramente nas próprias notas e campanhas de marketing do Avaí. Essa associação acaba fazendo o torcedor analisar a questão apenas sob a ótica de "consumidor", que olha pro catarinense e não vê um produto que justifique o preço.
"Sócio", entretanto, é aquele que divide custos, aquele que pega junto, aquele que quer construir alguma coisa junto. No nosso caso, um clube de futebol que tem que lutar contra as diferenças astronômicas de orçamento que tem com boa parte de seus concorrentes. Falta ao marketing do Avaí, talvez, explorar melhor esta questão, mostrar a importância daquele sócio que pode sim pegar junto, inclusive financeiramente. E não negar o apoio do sócio que não pode ajudar financeiramente, mas pode ajudar com sua garganta e apoio."
Nota do Blog: Este belo texto foi escrito por um dos nossos leitores, Cristian Thiago Moecke.
Muito do que está escrito nele eu concordo, e tenho lutado para que a diretoria de Marketing do Avaí acorde e torne isso possível. Modalidades diferenciadas, para torcedores que não podem ver todos os jogos, ou não tem condições, com um preço fixo, dando desconto na compra dos ingressos já ocorre nos nossos vizinhos do sul, Internacional e Grêmio.
A questão de ter o segundo ingresso mais caro do Brasil é outra coisa que, no meu modo de ver, só prejudica o clube. Depois não adianta reclamar que a torcida só comparece em jogos importantes.
O que a cada dia fica mais claro é que esta campanha até o momento foi um fiasco tão grande, que o Avaí nem pra divulgar quantos sócios que pagam suas carteirinhas em dia sobraram do ano passado. A quantidade de associados pode até aumentar quando o brasileiro começar, mas e o torcedor menos favorecido, será que não optará pelo PFC no bar da esquina?
Vamos acordar Avaí, quando precisaram a torcida estava ali do lado, e agora é assim, aumento o preço e seja o que deus quiser?
1 comentários:
Anderson,
Vou copiar e colar um post do blog do Juca Kfouri que serve para pensarmos sobre o "sucesso" ou "fracasso" da campanha Sócio Coração...
"Fatos, não argumentos
O dono do blog é criticado por uma minoria que ainda gosta dos campeonatos estaduais.
Todas as sondagens de opinião feitas no blog, no entanto, deram resultados de acordo com a opinião do blogueiro, o que, de resto, é natural.
Mas veja as médias de público dos principais estaduais brasileiros até o momento, publicadas ontem pelo diário “Lance!”.
E veja que não se trata de opinião, de ser contra ou a favor.
Trata-se de uma constatação:
No Ceará a média é de 6.951 torcedores por jogo.
Em Pernambuco, 6.934.
No Rio de Janeiro, 6.131.
Em Minas Gerais, 5.780.
No Rio Grande do Sul, 5.772. Gauchão?
Em São Paulo, 4.823. Paulistão? Paulistinha, sim senhor!
Na Bahia, 3.171.
E, no Paraná, 2.341.
Alguma dúvida?"
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