Alô Fluminense, o Avaí não está a venda!

A torcida é o maior patrimônio do Avaí Futebol Clube. Foto: Fábio Trierveiler
Em tempos de futebol moderno padrão FIFA, a diretoria avaiana foi na contramão e fez uma bela sacada de marketing para o seu torcedor.

Nesta semana, um grupo de empresários ofereceu 700 mil reais ao Avaí para transferir o jogo contra o Fluminense da Ressacada para o Estádio Mané Garrincha em Brasília.

Mesmo sendo bastante atrativo - um patrocínio master anual para um time do porte do Avaí, seria aproximadamente 4 vezes esse valor - a diretoria e o marketing azurra foram muito felizes em uma nota disponibilizada no site oficial:

Sim, vamos vender o jogo!

Você, torcedor do Avaí, já deve estar sabendo sobre a proposta que recebemos de transferir o jogo do dia 8 de agosto, contra o Fluminense. Caso não saiba, foi oferecido quase R$ 700 mil para o nosso clube permitir que a partida mudasse de endereço, da Ressacada para o Mané Garrincha, em Brasília.

Se nós vendemos? Sim, vendemos.

Mas não para quem nos fez a proposta. Resolvemos vender para os 15 mil torcedores que esperamos no nosso estádio. Para os 15 mil torcedores que estarão onde esse jogo deve acontecer: na nossa casa, no nosso campo.

Sim, o jogo continuará na Ressacada. Se enchermos o estádio vamos arrecadar no máximo R$ 250 mil, mas nada vale mais para o nosso time, nada motiva mais nossos jogadores que o seu grito vindo da arquibancada.

Por isso, avaianos, mais do que nunca, todos estão convocados para esta partida.

#JuntosSomosMaisAvaí

Mesmo partindo de "teorias conspiratórias" de um possível não acerto com esses empresários (afinal, não se nega dinheiro fácil, ainda mais no futebol), o marketing avaiano foi feliz em aproveitar a oportunidade para fortalecer os laços com a torcida avaiana.

Aliás, é o segundo gol de placa em um curto período: recentemente, o Avaí promoveu uma bonita campanha à favor dos imigrantes hatianos, quando no jogo contra o Cruzeiro no mineirão, entrou em campo estampando a palavra Linyon (união, no idioma crioulo haitiano) no manto azurra. Em paralelo à isso, foi disponibilizado um vídeo contando um pouco da história desse povo e mostrando que o Avaí conquistou novos - e animados - torcedores.

É claro que embora nossas finanças ainda estejam em dia, é necessário dinheiro para não correr riscos de atrasos de salários justamente na etapa final da Série A. O Avaí está sem patrocínio master há mais de um ano e meio e assim, fica nossa torcida para que o orgulho proporcionado por esta atitude não se transforme em vergonha no final de ano pela falta de recursos financeiros.

Embora estejamos em uma época em que não tenhamos mais foguetes e bandeiras e apenas cadeiras numeradas no lugar das arquibancadas, como sugere a música Campeão, de Neguinho da Beija Flor, esta atitude faz ainda lembrarmos que nem sempre o futebol é movido por negócios. A paixão ainda é o principal combustível do maior e melhor esporte do planeta.

Via ESPNFC

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