Há duas partidas que o Avaí vem jogando um futebol de primeiríssimo nível. Antes destas duas, tivemos 10 jogos em que o Leão da Ilha não foi nem sombra do time que chegou à terceira colocação do Campeonato Brasileiro. Os atletas jogavam de forma displicente, abusando de dribles improdutivos, que muitas vezes resultavam em conta-ataques e gols dos times adversários. Apenas poucos jogadores, contados nos dedos, que permaneceram com a mesma pegada e vontade neste período.
Um dos marcos que ocorreram no meio desta mudança, foi a dispensa do técnico Antônio Lopes, o que de certa forma causou estranheza no torcedor avaiano, que sabe muito bem que a cultura da diretoria azurra é manter o treinador até últimos casos. "Cumprir o projeto."
Outra mudança, foi a saída de Sávio, justificada por ser um jogador muito caro e não rendendo o esperado. Mas também, sabemos que a diretoria tinha a intenção de aposentar este jogador do clube e depois, integrá-lo ao departamento de marketing.
Mas será que apenas isso é o suficiente para fazer jogadores experientes reaprenderem a jogar futebol? Será que a simples presença de Roberto no banco de reservas a maior parte do jogo mudou tanto assim o ânimo dos jogadores? Será que Édson Neguinho entende tanto mais de futebol do que o experiente Antônio Lopes?
Sinceramente, eu acho que havia malandragem de alguns jogadores. No futebol contemporâneo, a verdade é que a maioria dos boleiros são "sensíveis" demais. Parte desta culpa é dos cartolas e empresários que tratam estas figuras como verdadeiros sultões desde que dão seus primeiros dribles, ainda nas categorias de base. Hoje, técnico estilo "delegado" não tem mais vez. Os duros "Antônios Lopes" estão em baixa, enquanto os malemolentes "Renatos Gaúchos" são tudo aquilo que a boleirada quer no "comando". É a era em que Neymar erra, mas quem é punido é Dorival Júnior.
Mas disso tudo, o que me revolta mais é que se o diretoria não tivesse detectado a tempo a "panelinha" do elenco azurra contra o jeito firme de Lopes, ou contra o salário diferenciado do veterano Sávio, nossos "atletas" seriam capazes de rebaixar nosso Avaí Futebol Clube, passando por cima de uma história quase centenária e de uma nação de torcedores fanáticos, somente para que no fim possam bater no peito e dizer "Nós mandamos!".
É revoltante. É absurdo. Mas é a realidade infeliz e monstruosa do futebol contemporâneo: futebol não é mais feito para homens e sim para produtos fabricados.
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